Conforme o Relatório Focus, elaborado pelo Banco Central do Brasil, publicado em 03 de janeiro de 2025, o crescimento projetado do PIB para 2024 é de 3,5% em relação a 2023. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) acumulado em doze meses até dezembro de 2024 foi de 4,83%. A taxa de juros Selic anual em dezembro de 2024 é de 12,25%, ainda se constitui uma das maiores taxas de juros do mundo. Embora seja um dispositivo utilizado para controlar o cenário inflacionário, especialmente quando há pressão sobre preços relativos em função do excesso de demanda, o que não se configura no Brasil, porque a inflação até o momento está sob controle. Com uma taxa de juros 153,62% acima da inflação faz diminuir o crescimento da economia e impacta negativamente os investimentos dos setores econômicos, diminuindo a geração de emprego e renda, além de aumentar significativamente o serviço da dívida pública da União. Outro aspecto é a situação do mercado de trabalho. De acordo com o IBGE, a taxa de desemprego registrada no terceiro
trimestre de 2024 foi de 6,1%. A população desocupada é de 7,0 milhões de pessoas. Conforme o IBGE, tais indicadores representam uma recuperação das perdas que ocorreram em anos anteriores. Entretanto, é preciso destacar que, mesmo com essa recuperação, o número de pessoas desocupadas ainda é expressivo. Dessa forma, é necessário que as finanças públicas sejam geridas de modo a garantir condições para o crescimento sustentado da economia, e a regência fiscal do Estado possa ter como diretriz o bem-estar social. Diante deste cenário, este artigo discute o resultado da execução orçamentária e os principais indicadores da gestão fiscal do Estado do Ceará no quinto bimestre de 2024, considerando também a sua trajetória temporal. Por meio de pesquisa de natureza predominantemente quantitativa, com base nos relatórios fiscais publicados pelo Governo do Estado do Ceará, os dados são analisados de forma descritiva e comparativa. Verificou-se que a Receita Corrente Líquida (RCL) do Ceará teve aumento real no bimestre de 8,72%, quando comparada com quinto bimestre de 2023. No ano a RCL cresceu 11,34%, em 12 meses cresceu 9,99%, crescimentos em relação aos mesmos períodos de 2023. Por sua vez, as despesas correntes cresceram 10,04% no bimestre. Já no acumulado do ano, as despesas tiveram variação de 6,78% e 6,30% nos últimos 12
meses. O Resultado Primário sem as fontes do Regime Próprio de Previdência
Social (RPPS), evidencia um superávit primário de R$ 1,12 bilhão. Em face dos
resultados apresentados, bem como do contexto político, econômico e social
que se apresenta, é de salutar relevância que a gestão fiscal dos entes públicos
seja tratada como tema de primeira grandeza, buscando sempre a administração eficiente dos recursos e meios para superar os desafios, e manter o
equilíbrio fiscal. No caso do Estado do Ceará, deve ser levado em consideração
o planejamento tributário para o crescimento da receita própria, incluindo a
efetividade na tributação, arrecadação e fiscalização dos tributos estaduais
para combater a evasão fiscal, tendo como consequência gerar mais origens de recursos a serem aplicados em despesas públicas otimizadas, como educação,
saúde, assistência, previdência, segurança, investimentos e demais funções
públicas. Isso é fundamental para a ocorrência de ganhos no bem-estar social
dos cearenses.
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